Canais e Moinhos

Canais da Ria Formosa

A Ria Formosa é composta por uma densa rede de canais que podem ser aproveitados para a realização de várias tarefas, como passagem de barcos e para a actividade piscatória.               
Um passeio de barco por estes canais, para quem gosta de estar em contacto com a natureza pode ser uma actividade lúdica muito enriquecedora.
 Os canais também servem para a saída dos pescadores para a faina no mar, pois muitas vezes são estes canais que fazem a ligação das muitas embarcações de grande porte que vêm do mar para o cais de descarga. Esta área de canais foi considerada zona de protegida devido à sua importância na conservação da fauna e flora.      

Muitos destes canais também servem de local para a desova dos peixes, alguns pertencem a mariscadores que fazem lá os seus viveiros. Os canais também enchem as salinas de água para que depois haja a produção de sal. Também encontramos na beira dos canais muitas plantas marinhas, onde as aves constroem os seus ninhos.

Os moinhos de Maré em tempos eram muito importantes, porque as energias eram muito limitadas. A corrente da água, na enchente, enchia a grande caldeira que depois libertava na vazante, para fazer trabalhar as nozes. A descarga permitia a moagem por 4 horas. No Algarve existe um moinho de Maré na Ria formosa, na quinta de Marim. Como se pode concluir, a Ria Formosa e os seus respectivos canais são muito úteis para o quotidiano do Homem, principalmente daqueles em que a sua vida é o mar podendo ser ainda de grande valor para a economia da Região do Algarve.



Moinhos de Maré


Noutras épocas em que as fontes de energia escasseavam e eram limitadas apenas à força muscular, ao vento e correntes, os moinhos de maré tinham uma grande vantagem sobre as outras formas energéticas: a sua constância e previsibilidade. Existem duas marés diárias o que garante cerca de 4 horas de moagem. Eram construídos nos estuários dos rios em terrenos baixos, e em zonas abrigadas que permitissem represar as águas.
O primeiro moinho de maré de que se tem conhecimento surge no séc. XII no sul de França. Ao longo dos séc. XIII e XIV expandiram-se por toda a Europa.

Os moinhos de maré são construções que tiram partido da diferença do nível das águas entre a maré alta e a maré baixa e que eram utilizados para moer cereal, nomeadamente milho e trigo, transformando-o em farinha. Estes são uma invenção da engenharia medieval, a qual testemunha a vontade do homem em utilizar para seu proveito novas formas de energia: a energia das marés.

A energia das marés apresenta grandes vantagens, dado que é uma energia não poluidora e cíclica, ao contrário das outras energias renováveis, cuja natureza é muito inconstante e imprevisível, como por exemplo a energia solar, hídrica e eólica.

Na Ria Formosa chegaram a existir cerca de três dezenas de moinhos de maré.

Actualmente apenas está a funcionar um no Algarve, o moinho de maré da Quinta de Marim, no Parque Natural da Ria Formosa, que é propriedade do Instituto de Conservação da Natureza.

Publicado por: José Costa